Terceira rodada de negociação do Setor Privado
O patronal, no dia 21 de Setembro, durante a terceira rodada de negociação ofereceu o reajuste salarial de 7% parcelado, sendo 5% em agosto e 2% em janeiro de 2016, sendo que a inflação atual pelo ICV/DIEESE já configura 9,99% e 9,81% pelo INPC. As Empresas deveriam fornecer, no mínimo, a reposição de inflação para seus Trabalhadores, caso contrário se concorda em realizar rebaixamentos de salários, e isto o sindicato não pode concordar. Como contra-proposta o sindicato propôs repor a inflação pelo ICV/DIEESE, reajuste do ticket alimentação pelo índice de alimentação fora do domicílio do DIEESE e um ganho real de, pelo menos, 2%.
Além disto, o patronal propôs 16,17% de reposição salarial para os anos anteriores (2012,2013 e 2014) em contrapartida a inflação de 2012(5,36%), 2013(6,38%) e 2014(6,33%) acumulou em 19,18%, sem contar os 9,81% pelo INPC que já se soma para 2015. Esta proposta do patronal, portanto, representa uma defasagem de mais de 6,5% no período de 2012 a 2015 em perdas salariais, estamos falando somente em inflação do período, então o sindicato rejeitou esta proposta. O sindicato reiterou a proposta dos trabalhadores já aprovada em assembleia: reajuste de 5,36% em agosto de 2012, 6,38% a partir de agosto de 2013 e 6,33% a partir de agosto de 2014, com ganho real de 1,64% para 2012/2013, 1% para 2013/2014 e 2% para 2014/1015, que seria o mínimo que os trabalhadores aceitariam. Se o patronal realmente se importa com os trabalhadores como eles dizem e querem tornar a área de TI atrativa para novos e atuais trabalhadores, é preciso respeitá-los e mostrar propostas dignas. Várias empresas já estão fechando acordo com percentuais superiores ao que o patronal vem apresentando.
O argumento do patronal para não aumentar os índices é que as empresas que estão com problemas financeiros vão às assembleias e votam por propostas medíocres, enquanto que as empresas bem sucedidas não comparecem. Mas então isso é se valer de um aparato burocrático para penalizar os trabalhadores. Que culpa tem os trabalhadores, se as empresas que não são bem sucedidas puxam para baixo os ganhos salariais de trabalhos já executados e que já geraram muitos lucros, conforme demonstrado em centenas de noticias na mídia apontando o setor de TI crescendo de 20 a 40% por ano? No ano de 2015, que eles consideram ano de “CRISE”, só irão crescer 15%. Chega de usar assembleias pouco representativas com empresas em dificuldades financeiras como escudo burocrático para rebaixar propostas. Dificuldades financeiras existem para todos, mas também sabemos que todo administrador sério sempre reserva capital para honrar seus compromissos, e se o patronal não fecha acordo há 4 anos, estes empresários tem a consciência que têm o capital necessário de reserva para pagar seus funcionários. Os trabalhadores não estão fazendo demandas fora da realidade ou impossíveis, apenas reivindicam o que lhes é de direito que é a reposição da inflação e um ganho real em troca de todo valor que geraram para essas empresas.
O Sindicato Patronal ficou de fazer novas assembleias do setor e o mais breve possível apresentar formalmente sua proposta. Estamos aguardando este documento para assim darmos continuidade ao que foi deliberado em assembleias e consultando novamente a categoria.
Atenciosamente.
Direção do SINDPD/SC