TENTATIVA DE VENDA DO TERRENO DO CIASC, MAIS UMA TENTIVA DE DESMONTE DA EMPRESA PÚBLICA
A direção do CIASC, com o apoio do governo do estado, tentou vender na última terça-feira (06/11) o terreno da empresa no norte da ilha. Lamentamos essa decisão tomada às portas fechadas sem consultar os trabalhadores da empresa e muito menos a sociedade catarinense que é a proprietária do terreno. No leilão, no entanto, não compareceram interessados no arremate, e consequentemente não foi vendido, mas provavelmente a tentativa de venda não vai parar.
O terreno é um patrimônio público, e como tal, só pode ter função pública. Caso a venda venha a se concretizar servirá para alimentar a especulação imobiliária que é muito forte em toda cidade, em especial no norte da ilha, e tantos prejuízos traz a todos nós: aluguéis e imóveis caríssimos e crescimento desordenado com caos na mobilidade urbana e desrespeito ao patrimônio natural da cidade.
Somos contrários à venda porque com ela perde-se a oportunidade de debater a finalidade pública do terreno. São muitas as possibilidades para o terreno mantendo-o público.
Por que não construir no local uma sede social do CIASC para os funcionários? Por que não ampliar a empresa com mais instalações e, consequentemente, com a abertura de novo concurso público, frente ao mercado de TI catarinense que cresce de 20% a 40% ao ano? Ou então, por que não pensar numa finalidade social a exemplo de sua transformação em área de lazer para a população, ou área de preservação ambiental, ou ainda área para a construção de um equipamento público como um museu ou centro de cultura aberto a todos, ou então, sua transformação numa área de moradia popular para as milhares de famílias vítimas do déficit habitacional que não tem o direito mais básico que é de ter um endereço?
São muitas as possibilidades de debater a finalidade desse terreno, que repetimos, caso se insista no seu processo de venda será inviabilizada o debate amplo devido ao interesse de lucro de meia dúzia de empresários e de dirigentes da empresa e governantes que não tem zelo nenhum pela coisa pública.
O sindicato não ficou parado diante do ocorrido. No período da manhã do dia que a venda estava marcada protocolamos um ofício à empresa solicitando por parte dela uma explicação por escrito da razão de se vender o terreno e que se parasse o processo de venda exigindo um debate amplo com os trabalhadores do CIASC e a sociedade catarinense sobre a finalidade da área. Também expressamos nosso entendimento de que o terreno como patrimônio público deve ter uma função pública. De modo algum queremos que continue ocioso o terreno, e sim, que tenha sua finalidade debatida pela coletividade. Por fim, registramos que também estivemos no leilão reafirmando nossa posição.
Nós, trabalhadores do CIASC, devemos encarar esse debate e não deixar na mão de quem está só de passagem pela empresa!