A saúde vai de mal a pior. A população sabe muito bem a peregrinação para conseguir atendimento. A rotineira falta de material, de médicos e de profissionais é uma das faces das precárias condições de trabalho e de atendimento nas unidades de saúde no Estado de Santa Catarina e demais unidades de saúde municipais e federais.

Além de não investir na rede pública de saúde, o governo Colombo tenta agora transferir o controle dos hospitais públicos para organizações sociais de saúde (OSs), que teoricamente seriam entidades sem fins lucrativos, mas que restringem o atendimento à população para gastar menos e lucrar mais – como faria uma entidade com fins lucrativos. Também são corriqueiros terceirizações setoriais na saúde, como exames, laboratórios, nutrição e limpeza, que avançam mais ainda na privatização e encarecem os custos dos serviços prestados.

Com os mesmos propósitos age o Governo Dilma ao defender a criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – EBSERH. Essa empresa está sendo criada para privatizar os Hospitais Universitários – HU’s, que conformam a maior rede pública de hospitais do país. Com a EBSERH vão aumentar as terceirizações, as contratações sem licitação e, inclusive, isso abre maior espaço para a corrupção e para os planos de saúde privados lucrarem às custas dos sofrimentos dos pacientes com a cobrança de serviços do SUS (Sistema Único de Saúde) que hoje são de graça.

Para piorar a situação caótica da saúde pública, existem as frequentes denúncias de desvios de verbas, superfaturamentos, roubos de medicamentos e equipamentos. Nossa população está desprovida de uma política séria, honesta e competente. Quem sofre as consequências dessas mazelas são os trabalhadores do setor e os usuários dos serviços de saúde pública.

Os trabalhadores da saúde vem há muito tempo negociando com o Governo Colombo a garantia de direitos mínimos para a categoria. Mas Colombo optou não só por não atender a suas reivindicações, e sim em atacar os trabalhadores retirando direitos seus. Podem acreditar, mas ele quer cortar a hora plantão (uma espécie de hora extra) dos trabalhadores da saúde que representa 75% de seu salário. Imagina agora se fizessem isso com seu salário, o que você faria?

A grande mídia e o governo vêm hipocritamente culpando os servidores pelos pacientes que não vão ser atendidos com a greve. Mas isso acontece de forma cotidiana e os mesmos que hoje criticam nunca dão o devido destaque, pois levamos meses e até anos para agendar consultas. Não é a greve que impede o atendimento normal dos pacientes, e sim o descaso com a saúde pública de todos os governantes.

Por tudo isso, é necessário apoiar a justa reivindicação dos trabalhadores da saúde contra o corte de salários e em defesa da jornada de 30h. Sem profissionais valorizados e com jornadas de trabalho adequadas, não tem serviço de saúde com qualidade. Você gostaria que sua vida dependesse de profissionais que trabalham num trabalho muito estressante com jornadas semanais de 40h ou 44h sem a devida valorização salarial? É preciso se somar também na luta contra a privatização da saúde pública e em defesa de um SUS 100% público, gratuito, com qualidade e de acesso universal.

Colombo, a culpa da greve é tua que se nega a negociar com os trabalhadores, a respeitar seus direitos e que sucateia e privatiza a saúde pública! Que o governo negocie e atenda a pauta dos trabalhadores da saúde para que os trabalhadores possam voltar ao trabalho! Todo apoio à greve!

DIRTETORIA SINDPDSC