CAMPANHA SALARIAL DO SETOR PRIVADO: OS PISOS SALARIAIS E A FALTA DE MÃO-DE-OBRA

CAMPANHA SALARIAL DO SETOR PRIVADO: OS PISOS SALARIAIS E A FALTA DE MÃO-DE-OBRA

 

Hoje vivemos uma falta de mão-de-obra frente ao grande crescimento do setor de T.I.. Isso não é originado apenas pela falta de formação de mão-de-obra, pois existe mão-de-obra suficientemente formada para atender a demanda atual. O principal fator que gera o déficit é a desvalorização da categoria. Temos poucos direitos, somos desvalorizados salarialmente e é grande a rotatividade com muito assédio moral e demissões imotivadas. Assim, os trabalhadores uma hora estão trabalhando numa empresa de informática, e em outro momento, podem até estar exercendo a mesma função ou parecida, mas em outra empresa que não seja de informática.

Os patrões de informática nas negociações da atual Convenção Coletiva de Trabalho se mantêm intransigentes e estão oferecendo apenas a inflação para salários, pisos e vales. Nada de ganho real. Os pisos salariais, que representam o mínimo que o trabalhador pode ganhar, é emblemático quanto a isso.

O piso estadual da categoria de processamento de dados e TI atualmente está em R$ 800,00 em Santa Catarina. Isso significa que no setor de TI estão atualmente abaixo do piso estadual as seguintes funções: auxiliares administrativos, financeiros e de escritórios (R$ 794,00); assistentes de apoio ao usuário (R$ 794,00); controladores de mainframe (R$ 734,00); digitadores (R$ 734,00); telefonistas (R$ 734,00); pessoal de serviços gerais (R$ 734,00) e contínuos (R$ 734,00). Caso aceitássemos o reajuste proposto pelo patronal continuariam abaixo do piso estadual: controladores de mainframe (R$ 773,34); digitadores (R$ 773,34); telefonistas (R$ 773,34); pessoal de serviços gerais (R$ 773,34) e contínuos (R$ 773,34). Pois, o piso estadual não tem força de lei, ou seja, caso a negociação resulte em um piso menor vigora o piso negociado.

Além de estar abaixo do piso estadual, algumas funções não tem sequer a classificação correta. Muitos trabalhadores e trabalhadoras que prestam um serviço técnico são classificados pelos patrões como “assistentes de apoio ao usuário” e recebem um salário menor do que tem direito. Precisamos corrigir tudo isso. A nossa reivindicação na campanha salarial para os pisos da categoria é a seguinte:

CLÁUSULA 2a.  PISOS SALARIAIS

Os pisos salariais da categoria profissional, a partir de 01.08.2012, serão os seguintes:

a) Analista de Sistemas – R$ 4.354,00 (7 salários mínimos);

b) Projetistas, Administradores de Banco de Dados, Administradores de Redes, Arquiteto de software, Web Master, Instrutores, Consultores, Supervisores – R$ 3.732,00 (6 salários mínimos);

c) Programadores, Web Design – R$ 3.110,00 (5  salários mínimos);

d) Operadores de Computador, Preparadores e Técnicos (em Eletrônica, Informática, Manutenção, Contabilidade, Suporte, Qualidade e Banco de Dados) – R$ 2.488,00 (4 salários mínimos);

e) Auxiliares (Administrativos, Financeiros, Escritórios,  Vendas e Processamento de Dados) – R$ 1.866,00 (3 salários mínimos);

f) Digitadores e Telefonistas – R$ 1.244,00 (2  salários mínimos);

g) Pessoal de Serviços Gerais e Contínuos – R$ 933,00  (1,5 salários mínimos).

§ 1o. Os pisos acima fixados são  os valores mínimos a serem pagos pelas empresas, qualquer que seja a jornada do trabalhador.

§ 2oA fixação  dos pisos salariais não afasta a obrigação das empresas respeitarem no mínimo o  Salário Mínimo Estadual, qualquer que seja a função e a jornada do  trabalhador.