Gatos são mais limpos que Lebres: Nota de Repúdio à FENADADOS

Gatos são mais limpos que Lebres: Nota de Repúdio à FENADADOS

Em relação ao texto tendencioso e inverdadeiro publicado pela FENADADOS, em seu site, os trabalhadores de Santa Catarina gostariam de expressar seu mais profundo e veemente repúdio a essa instituição que se diz representante dos trabalhadores.

 

Vamos ponto a ponto, em suas alegações:

 

1. “Aumento Real – Informou a Ministra que o Tribunal Superior do Trabalho não concede aumento real, em razão do que determina a lei. Por esta razão, inclusive que não fez proposta de conciliação com aumento real”;

Mentira. A Ministra do TST jamais informou que o TST não concede aumento real. Ela não fez a proposta de aumento real, pois esse não era seu papel. Que fique claro que o papel da Ministra émediar uma conciliação entre empresa e empregados, e não fazer propostas.

A proposta da FENADADOS não incluía aumento real e a empresa afirmou não ter condições de concedê-lo. A prova cabal de que a Ministra atestou a possibilidade de existir aumento real é que, suspendeu a sessão para que o presidente da empresa consultasse a diretoria e elaborasse uma proposta que incluísse o aumento real.

Portanto, a FENADADOS mentiu sobre este item.

 

2. “Dias de Greve – a Ministra enfatizou que a jurisprudência do TST é pelo desconto dos dias de greve, independentemente de a mesma ser considerada abusiva ou não. Afirmou que, em julgamento, não haverá possibilidade sequer de compensação”;

Mentira. Outras categorias já conseguiram compensação de dias parados, no passado. A própria empresa ofereceu, em sua proposta, que parte dos dias parados fossem compensados.      Portanto, afirmar que não existe a possibilidade de compensação, é um absurdo.

A Ministra, claramente, declarou que “o ônus de uma greve não pode ser arcado apenas pelos trabalhadores”. Portanto, é plenamente viável que se divida esse ônus com a empresa, e tal divisão, não necessariamente, implica no desconto de salários.

A FENADADOS se utilizou de uma falácia para direcionar seu discurso.

 

3. “Julgamento do Dissídio Coletivo: afirmou a Ministra que estando os trabalhadores em greve e com o dissídio de greve não há necessidade de comum acordo para julgar as cláusulas normativas ( econômicas e sociais) e obrigacionais. Que, não havendo acordo em audiência o Dissídio Coletivo vai para julgamento”.

Verdade óbvia. É lógico que, não havendo acordo em audiência, o Dissídio irá para julgamento.

Apenas uma declaração sem importância alguma, utilizada para tentar confundir os trabalhadores e incitar o medo de que o dissídio vá, realmente, para julgamento.

 

“A Ministra somente adiou a audiência para a consulta aos trabalhadores com o compromisso dos sindicatos presentes de que iriam indicar pela suspensão da greve. Na audiência, todos os sindicatos se comprometeram com a Ministra”.

Mentira. A Ministra adiou a audiência para que a empresa pudesse discutir e formular uma proposta que incluísse algum tipo de ganho real. Um indicativo de suspensão da greve jamais foi mencionado, muito menos, os sindicatos presentes se comprometerem com tal aberração.

Portanto, a FENADADOS, novamente, agiu de má-fé ao incluir isso em seu texto.

 

“É fácil, quando está junto com os trabalhadores se posar de valente e combativo e quando está dentro do Tribunal age como cordeirinho e concorda com todas as propostas da Ministra, sem rebatê-las”.

Mentira e ofensivo. Quem tem se mostrado, até agora, sistematicamente, como verdadeiros “cordeirinhos” é a própria FENADADOS que, nunca rebate argumento algum da empresa, em defesa dos trabalhadores.

Na última audiência (apenas para citar um exemplo), quem se posou de “valente e combativo”, dentro do Tribunal, foi justamente nossa representação. Ela sim, contra-argumentou e insistiu em reivindicações importantes, que eram de todo o interesse dos trabalhadores. Não fosse por ela, a proposta da empresa, ou algo muito próximo disso, já teria sido aceita, há muito tempo.

 

“Se a negociação coletiva chegou até o momento com ganhos para os trabalhadores é fruto da responsabilidade da FENADADOS e da mobilização responsável dos trabalhadores. A depender dos irresponsáveis sequer negociação teria”.

Ridículo, além de ser uma mentira. A FENADADOS nada teve a ver com essa mobilização fantástica dos trabalhadores; um movimento que partiu deles próprios, com muito esforço em meio a um cenário altamente desfavorável, e sem poder contar com uma representação verdadeira.

Inclusive, parte do esforço despendido foi, justamente, ter que combater a própria “representação” negativa que parte da FENADADOS, e que só faz atrapalhar a mobilização e desorganizar o movimento.

Vale ressaltar que, por diversas vezes, a própria FENADADOS foi contra as paralisações, quando era claro, que este era o último recurso cabível. E foi graças a essas paralisações, bem como todos os demais esforços dos próprios trabalhadores, que garantiram que chegássemos a esta negociação.

 

“Temos total conhecimento do resultado do julgamento deste Dissídio Coletivo. É sem aumento real; desconto total dos dias parados”.

Fantasioso e leviano. É simplesmente infantil, afirmar que se tem “total conhecimento do resultado do julgamento”. Nem um departamento jurídico competente, composto pelos mais renomados advogados, poderia fazer uma declaração dessa.

Este resultado fictício, bem como as propostas insipientes apresentadas pela FENADADOS, apenas mostra, mais uma vez, o quanto a instituição ignora as verdadeiras reivindicações e motivações dos trabalhadores, e descredita a força de mobilização e negociação destes.

Quanto às questões jurídicas “desafiadas” pela instituição, certamente, procuraremos embasamento legal, para rebater tais alegações. Isto se dará em momento oportuno porque, neste exato momento, não há mais tempo hábil para nos atermos a provocações simplórias de uma instituição que não representa, de fato, ninguém.

Finalmente, não pense a FENADADOS, que os trabalhadores se conformarão com o péssimo desempenho e falta de comprometimento que esta instituição demonstrou durante toda a negociação desta data base. Nós estamos decididos e estaremos empenhados, daqui para frente, em garantir, de todas as formas possíveis, que a FENADADOS não mais seja o principal negociador dos trabalhadores da Dataprev.

É simplesmente inconcebível, que uma instituição que vem demonstrando tamanho descaso para com os trabalhadores, e que, frequentemente, desconsidera os anseios destes, continue sendo considerada um representante dos trabalhadores. Não é assim que Santa Catarina enxerga a FENADADOS, e não é assim que grande parte dos demais trabalhadores da Dataprev também a veem. E, é fato, tomaremos todas as medidas cabíveis para que esta situação seja revertida.

Infelizmente, chegamos a um ponto deste processo que não temos mais como reverter esta situação, para este ano. Mas temos metas e estratégias traçadas, para um futuro muito próximo.

Contamos com a união e colaboração de todos os estados, trabalhadores e sindicatos para que, juntos, demos um basta nessa falta de respeito, de uma vez por todas. A FENADADOS precisa tomar ciência de que, de fato, não representa ninguém, além de seus próprios interesses obscuros.

Trabalhadores, a união nos faz fortes, e tudo o que conseguimos até aqui, partiu de nós mesmos. Sigamos assim, fortes, em frente e de cabeça sempre erguida. Não podemos tolerar que continuem nos desrespeitando dessa forma.