SINDPD/SC Realiza Assembléias do Setor Privado em Blumenau e Florianópolis e Pauta de Reivindicações Salariais é Encaminhada
Os trabalhadores presentes nas assembléias confirmaram aquilo que todo trabalhador já vem sentindo no seu cotidiano: a inflação está alta, o salário está arrochado e as condições de trabalho estão precárias.
Hoje todos sabem como está difícil viver. Quem não conhece alguém endividado ou não está endividado? Para complicar existe a alta da inflação.
Segundo estudo que abrange as 27 capitais realizado pela Fecomércio, entidade patronal do comércio, constatou-se que as dívidas alcançam em média 64% das famílias brasileiras e ela cresceu 18% no seu valor médio, isto apenas de janeiro a maio deste ano. Tudo isso acontece porque boa parte do consumo que existe no nosso país está sustentado no endividamento dos trabalhadores. A conta do supermercado, do combustível ou do transporte, do aluguel, do vestuário e de outros gastos essenciais, não fecha na maioria das vezes sem a utilização do crédito e não podemos esquecer que nosso país possui as mais altas taxas de juros do mundo. Porém, é bom lembrar, que o crédito é caro apenas para os trabalhadores.
Enquanto as grandes empresas, por exemplo, captam recursos no BNDES, um banco público, com juros de 6% ao ano e com prazos de pagamento que chegam a 40 anos, os trabalhadores acabam se endividando com juros que chegam a 150% ao ano no cheque especial ou 238% ao ano no cartão de crédito.
A inflação e os juros altos formam uma combinação perversa para os trabalhadores quando somados ao arrocho salarial. O tal “boom” da nova classe média, tão alardeada por governos e pela grande mídia, não tem nenhuma base na realidade. Segundo o IBGE, em 2002, o rendimento médio dos trabalhadores era de R$ 1.450,00. Ele caiu até 2005 para R$ 1.250,00 e só em 2009 voltou a R$ 1.450,00. Isso tudo atinge em cheio os trabalhadores da informática, onde mais da metade dos empregados das empresas de informática ganham até 2 salários mínimos em Santa Catarina, segundo dados do Ministério do Trabalho divulgados pelo DIEESE.
Os trabalhadores também são penalizados no seu bolso e na sua saúde devido às precárias condições de trabalho, não escapando dessa realidade sequer os trabalhadores mais qualificados, como os trabalhadores da informática. As empresas do setor hoje sequer respeitam as normas que garantem saudáveis condições de trabalho, como a NR-15 e a NR-17. A jornada de trabalho é cada vez mais alargada por práticas como o banco de horas. As demissões frequentes, a alta rotatividade de mão-de-obra do setor e práticas como a terceirização e a pejotização também são vilões.
Se o setor da informática hoje cresce a taxas de 20% a 30% ao ano em Santa Catarina, este crescimento não está significando melhoras para os trabalhadores. Só nossa união e luta pode garantir que toda a riqueza que os trabalhadores produzem seja revertida em benefícios dos próprios trabalhadores.
O SINDPD/SC já encaminhou a pauta votada para os sindicatos patronais e solicitou uma primeira reunião de negociações no dia 05/08 (sexta-feira). Outras ações com a base dos trabalhadores também estarão sendo encaminhadas.