Manifesto – SINDPD/SC

Manifesto – SINDPD/SC

Direção do CIASC Opta pela Posição do Atraso!

 Na assembléia dos trabalhadores do CIASC do último dia 08/06 foi encaminhada uma reunião aberta de todo corpo funcional com a direção da empresa para esta quinta-feira (16/06) para tratar do acordo coletivo de trabalho 2011/2012. A resposta da empresa foi curta e grossa: não estaremos presentes! Não foi por impossibilidade de agenda, porque o presidente e os vices não sugeriram outra data, mas sim por descaso com os direitos dos trabalhadores. É realmente “compreensível” a vergonha que devem estar sentindo por se darem reajustes de marajás e ao mesmo tempo condenarem seus dirigidos ao arrocho e a desmoralização salarial. Segundo levantamento do SINDPD/SC, só com o mega reajuste (desde 110% a mais de 400%) que os dirigentes da empresa deram a si mesmos e aos conselheiros daria para reajustar em R$ 200,00 mensais o vale alimentação dos trabalhadores do CIASC.

            Essa posição da direção da empresa é um seguidismo acrítico da política do Governo Colombo endereçada a todo serviço público estadual. Na Casan, os dirigentes da empresa ganharam reajuste de 22%. Na Celesc, o salário dos dirigentes subiu de R$ 22 mil ao mês para R$ 30 mil. Enquanto isso, aos trabalhadores do serviço público estadual se destina apenas a reposição de perdas corrigidas pelo índice do INPC como regra, que acumula 6,30% de maio de 2010 a abril de 2011.

            Junto da falta de diálogo com seus funcionários e da opção pela desmoralização salarial existe uma dura política de privatização. Em janeiro deste ano, assim que assumiu o governo do estado, Raimundo Colombo se reuniu com empresários do setor de Tecnologia da Informação no estado (para eles sempre tem espaço na agenda e boa-vontade para ouvir reivindicações). A pauta do encontro era o desmonte do serviço público, privatização da informática no estado e generosos benefícios ao setor privado. A manutenção dos contratos milionários com a iniciativa privada, o sucateamento do CIASC e sua redução a mera gestora de contratos com a iniciativa privada são o maior sintoma de que a pauta que optou seguir o Governo Colombo e a direção do CIASC não é a dos trabalhadores.

Tendo tudo isso em vista denunciamos aqui, nesse manifesto, a posição contrária com relação ao atraso que representam as políticas do Governo Colombo e da direção do CIASC. Por conta dessas políticas de atraso estamos nessa situação de defasagem tecnológica.

A falta de diálogo é outra clara posição do atraso, porque enquanto nega o dialogo com os trabalhadores do CIASC, recebe de braços abertos os empresários de TI. Isso nega todos os esforços e anseios dos trabalhadores que nunca se negaram a dialogar. Apenas querem seus direitos respeitados! Será pedir demais?

A desmoralização salarial também demonstra atraso porque a vida da classe trabalhadora está cada vez mais dura com o aumento dos preços dos alimentos e dos chamados preços administrados (aluguéis, combustíveis, água, luz e etc.), que estão acima dos índices oficiais. A política salarial aplicada no CIASC não só é o atraso porque não recompõe as perdas salariais acumuladas, mas também por estar muito abaixo da média nacional de como é tratada a negociação salarial. O último levantamento feito pelo DIEESE, que engloba 660 negociações salariais realizadas em 2010, mostra que 94% ganharam reajustes acima do INPC, sendo 53% com ganhos reais de 2% a 6% acima do INPC. Por

A política aplicada de privatização é igualmente uma clara opção pelo atraso. Ao contrário das mentiras que dizem a grande mídia, o empresariado e os governos, de que o serviço público é ineficiente, os números mostram o contrário. Segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) os trabalhadores do setor público vêm apresentando nos últimos anos ganhos de produtividade acima da média do setor privado (que não é baixa). O estudo intitulado “Produtividade na Administração Pública Brasileira: Trajetória Recente”, que é o estudo mais recente da questão, analisou dados do período 1995-2006 e apontou que o crescimento da produtividade média nos serviços públicos das três esferas de governo no Brasil é de 14,7%, enquanto na iniciativa privada foi de 13,5%. Nos serviços públicos estaduais do país o crescimento foi de 24,3% no período. Optar por desmontar o serviço público nesse cenário é uma clara opção pelo atraso. Como se fosse pouco, a insistência no rumo da privatização vai contra os anseios da sociedade, que segundo pesquisa do Instituto Ipsos, 62% se manifestaram contrários a privatização realizada pelos governos.

Exigimos valorização e direitos iguais para todos ao invés do desrespeito!

Queremos informática pública de qualidade para melhor servir ao cidadão catarinense!

Santa Catarina precisa de avanços e não de atrasos!


SINDPD/SC – 16/06/2011