Trabalhadores da DATAPREV de Santa Catarina Prepararam Protesto Bem-Humorado para Receber o Presidente da Empresa

Trabalhadores da DATAPREV de Santa Catarina Prepararam Protesto Bem-Humorado para Receber o Presidente da Empresa

Misturando bom-humor e muita indignação, o SINDPD/SC e os trabalhadores da DATAPREV/SC preparam recepção “calorosa” para Rodrigo Assumpção

 

Na última sexta-feira, dia 25 de novembro, Florianópolis teve um belo dia de sol. Mas não foi por isso que o Presidente da DATAPREV, Rodrigo Assumpção, teve uma calorosa recepção. O que a deixou calorosa foi a indignação misturada ao bom humor que marcou a recepção ao presidente da empresa em Santa Catarina. Logo na sua chegada, ele e a diretora de pessoas, Janice Bruto, tiveram que entrar literalmente correndo pela garagem em respeito à famigerada “Lei Faísca”*. Talvez devido à pressa de cumprir sua jornada pelo país tentando explicar o inexplicável arrocho salarial num contexto de crescimento econômico e da empresa, além de defender a indefensável retirada de direitos e as posturas antissindicais de escolher os sindicatos com que negocia.  Músicas, faixas e mensagens de ironia deram o tom do protesto.

 

“Salário é pouco, não dá pra nada/ Desempregado também não dá/ E desse jeito a vida segue sem melhorar/ Trabalhador, Trabalhador Brasileiro”

Uma das músicas que marcaram o ato foi a do Seu Jorge, “Trabalhador Brasileiro”. Parece ter sido feito sob encomenda para os trabalhadores da DATAPREV. A direção da DATAPREV insiste que não tem condições de dar ganho real. Mas será mesmo verdade? Os trabalhadores sabem que é mentira.

A economia brasileira crescerá em 2011 entre 3% e 4%, segundo os mais diversos especialistas no assunto. O setor de TI no país crescerá 13% em 2011, segundo a IDC Brasil, uma consultoria especializada na questão. O faturamento da DATAPREV deve crescer mais de 20% ultrapassando a marca inédita de R$ 1 bi em 2011, segundo a própria direção da empresa. Será que isso não significa condições de conceder ganho real? Se não for agora vai ser quando?

A direção da DATAPREV mais uma vez só mostra que segue fiel a política do Governo Dilma de fazer caixa com o arrocho salarial dos trabalhadores para pagar os juros e parcelas das dívidas públicas, que apenas servem para sustentar os lucros recordes dos bancos no Brasil.

 

“Bota a camisinha no pescoço, bota geral/ Não quero ver ninguém sem camisinha”

            A famosa marchinha de carnaval “bota camisinha” traduziu com ironia uma das maiores insatisfações dos trabalhadores. O presidente da empresa continua intransigente sobre a mudança do reajuste das clausulas de reembolso escolar e pré-escolar para meramente o índice da inflação. O presidente da empresa sabe perfeitamente que os índices oficiais de inflação estão longe de refletir aquela inflação real que todo trabalhador sente e faz com que fique cada vez mais difícil o salário dos trabalhadores chegar ao final do mês. Um dos maiores vilões disso são os custos com educação. Mesmo assim, o presidente da empresa, defende a cínica tese de que o reajuste das clausulas tem que mudar porque isso premiaria a capacidade “reprodutiva” e não “produtiva” do trabalhador. Sem dúvida, na prática um deboche, com um direito tão importante para os trabalhadores e que vem causando muita indignação pelo país.

 

“Eu ponho fé/ É na fé da moçada/ Que não foge da fera/ E enfrenta o leão”

A luta ainda está longe de acabar. O dissídio coletivo da categoria está programado para ser julgado no dia 12 de dezembro. A categoria depois de confraternizar com um churrasco lembrando momentos da greve e de ironicamente dedicar um tango ao presidente, realizou uma assembléia e deliberou que no próximo dia 1º de dezembro fosse programado um dia de luta nacional. Venha trabalhar com sua camisa do sindicato. Caso não tenha sua camiseta procure a OLT para pegá-la. Outras atividades também estão sendo programadas.

 

SINDPD/SC – SINDICATO DOS EMPREGADOS EM EMPRESAS DE PROCESSAMENTO DE DADOS DE SANTA CATARINA

FNI – FRENTE NACIONAL DOS TRABALHADORES EM INFORMÁTICA

 

*Lei Faísca – Como todas as normas na DATAPREV, esta também veio de cima para baixo sem consulta aos funcionários. Ela, que foi apelidada pelo seu criador, o gerente do prédio da DATAPREV/SC, veio de uma norma baixada que diz que só pode entrar uma pessoa por veículo no acesso da garagem. E o carro do Presidente contava com ele, a diretora de pessoas e o motorista. Logo, o sindicato lembrou que se os outros trabalhadores cumprem a regra, também ele e a diretora deveriam cumpri e assim aconteceu.