Diretoria da Dataprev frustra conciliação e está marcado julgamento do Dissídio
A audiência de conciliação começou com um fato novo: os trabalhadores construíram uma contraproposta pela base aprovada no RJ, SP, PB, CE, PE, SC, RS, MT e SE que foi apresentada oficialmente na mesa de conciliação no TST (Tribunal Superior do Trabalho). A Fenadados, que havia indicado uma proposta bem rebaixada para as assembleias perdeu feio, inclusive nos estados onde atuam seus coordenadores, e foi obrigada, para não ser desmoralizada frente ao TST, a apresentar a proposta aprovada pela base. A Fenadados tentou barrar os sindicatos da FNI de entregar o documento contendo as proposta aprovadas pelo RS, SC, SE e mais seis estados, mas não obteve sucesso, pois a ministra aceitou o documento como uma contribuição à tentativa de conciliação.
Infelizmente a direção da Dataprev, mais uma vez, manteve sua intransigência mesmo ouvindo da própria ministra que a tentativa de alterar as cláusulas 27 e 28, reembolso pré-escolar e escolar, que é são itens importantes para os trabalhadores, não deverá ser acatada num possível julgamento no TST.
Trabalhadores em greve conseguiram barrar as ações da Fenadados
Não foram poucos os obstáculos enfrentados pela categoria, desde o terrorismo da Dataprev com os interditos proibitórios, o dissídio de greve e a tentativa de corte de direitos. No entanto, o pior foi enfrentar os descomandos e as traições continuadas da Fenadados e seus sindicatos. Foram divulgadas informações inverídicas sistemáticas tentando destruir a greve; chegaram ao cúmulo de dizer para a categoria, após a primeira conciliação, que o TST havia exigido a volta ao trabalho. Isso nunca aconteceu, tanto que na audiência de conciliação a ministra nem tocou no assunto. Não derrotaram a categoria, mas conseguiram atrapalhar bastante ao forçarem o fim da greve em vários estados. Se tivessem tomado uma postura de ajudar a organizar a greve, talvez a conciliação de sexta-feira (18/11) terminasse com outro resultado.
A greve garantiu a participação dos sindicatos da FNI nas duas conciliações e foi fundamental
Desde o início da campanha salarial já afirmávamos que a possibilidade de construir uma nova história na campanha salarial dependeria muito da condição de mobilização da categoria. As direções do Serpro e da Dataprev, em comum acordo com a Fenadados, não iriam aceitar nunca o desconforto de ter nas mesas de negociação sindicatos que não jogam no mesmo time deles. Foi a greve na Dataprev que subverteu essa lógica e impôs uma situação nova de ter os sindicatos autorizados pelo TST a participarem da negociação. Ainda estamos longe de conquistar o direito legal de estarmos presentes em todas as mesas de negociação, mas já demos um grande passo e a organização da categoria pode fazer com que avancemos ainda mais daqui para frente.
Manter a mobilização para pressionar a empresa a negociar de verdade
Ainda temos vinte dias antes do julgamento do dissídio. Nesse período, devemos pressionar a direção da Dataprev a negociar uma solução para o conflito, pois o caminho da negociação sempre é o melhor. Temos um acordo coletivo construído por uma história de luta que deve ser mantido e aprimorado. O fórum do TST só deve ser usado em último caso. Temos três semanas para buscar um acordo positivo para os trabalhadores. Vamos criar formas de mobilização que desestabilizem a direção da empresa e a obrigue a negociar. Se chegamos até aqui com a força da categoria, sabemos que temos força para continuar a luta. Se não houver negociação restará o julgamento do dissídio.
Sindicatos, OLTs e FNI